Conheça o lindo Jardim Botânico de São Paulo

O Jardim Botânico de São Paulo é um lugar delicioso para fugir um pouco da selva de pedra e se conectar à natureza. Uma ótima opção para quem prefere um passeio mais tranquilo.

Lá não é permitido entrar com animais, bolas, skates, patinetes, pipas, bicicletas e churrasqueiras. Estas normas visam preservar a flora e fauna, uma vez que o Jardim Botânico está inserido numa Unidade de Conservação e seu compromisso primordial é com a conservação à pesquisa científica e a educação. 

Nós já o visitamos diversas vezes, gostamos do sossego. A última vez foi no início desse ano, antes da pandemia. Vendo algumas fotos, reparei que ainda não havia escrito sobre o “Botânico” aqui no blog e acho que vale o post, pois já ouvi muita gente dizer que não o conhece, mesmo pessoas que moram por perto.

Logo na entrada nos deparamos com o Córrego Pirarungáua, um dos afluentes do Riacho do Ipiranga, numa alameda margeada por lindas palmeiras.

A proposta do chamado “Caminho das Águas” é percorrer o jardim no sentido do afluente até a nascente, localizada na bela “Trilha da Nascente”, aprendendo mais sobre a importância dos recursos hídricos e sua preservação.

Córrego Pirarungáua nos dá as boas vindas.

O local é propício para um piquenique, mas se preferir um almoço após o passeio, próximo à entrada encontra-se o Restaurante Orquídea, com mesas ao ar livre. Antes da pandemia o sistema era de buffet self-service, o qual foi convertido por pratos à la carte devido ao atual momento que vivemos.

Restaurante Orquídea, localizado dentro do Jardim Botânico de São Paulo.

Além de bancos espalhados, alguns em locais estratégicos como esse abaixo, nos deparamos com uma grande diversidade de espécies de árvores nativas e de outros países do mundo. Muitas delas possuem placas de identificação.

Durante o percurso se encontra o Museu Botânico “Dr. João Barbosa Rodrigues”, pequeno, porém bem interessante. Além de abordar a história do Instituto do Jardim Botânico, expõe uma coleção de frutos e sementes, madeira e óleos essenciais. É gratuito.

Museu Botânico “Dr. João Barbosa Rodrigues”.

Seguindo em frente, uma bonita área com arbustos em desenho simétrico pode ser vista em frente às estufas, o chamado Jardim de Lineu, inspirado no Jardim Botânico de Uppsala, na Suécia.

As estufas, símbolo do Jardim Botânico de São Paulo.

Ao redor do Jardim de Lineu se encontra uma bela escadaria datada de 1928 com seu pórtico rebuscado, um dos locais preferidos pelos visitantes para tirar fotos.

É interessante observar que do Córrego Pirarungáua na entrada até o Lago das Ninfeias que veremos mais adiante, a água percorre um caminho subterrâneo, aflorando no laguinho das carpas dentro da estufa e no espelho d’água do Jardim de Lineu.

Espelho d’água do Jardim de Lineu.

Em uma das estufas são mantidas espécies de plantas tropicais da Mata Atlântica. Logo ao entrar já é possível sentir a temperatura e umidade elevadas, que simulam as condições propícias para o desenvolvimento de samambaias, bromélias, antúrios, dentre outros exemplares característicos desse bioma.

Lago das carpas dentro da estufa.

A outra estufa é dedicada a exposições temporárias. Entre elas encontra-se um orquidário com uma pequena amostra da coleção científica do Instituto de Botânica, a qual é mantida em um local restrito ao público, somente para fins de pesquisa.

Falando em orquídeas, o Jardim Botânico abriga duas exposições anuais de orquídeas desde 1992.

Orquidário com alguns exemplares da coleção científica.

Seguindo em frente vemos um grande lago, que na primavera e verão se transforma em um lindo jardim flutuante. Nessas estações, as ninfeias, também conhecidas como lírios d’água ou nenúfares, pintam o lago de amarelo, branco e rosa. Para vê-las, procure visitar o Jardim Botânico pela manhã, pois elas se fecham à tarde.

Lago das Ninfeias.

As ninfeias são comumente confundidas com a vitória régia que, embora pertencentes à mesma família, possuem características distintas.

Lago com ninfeias.

O Jardim Botânico também abriga muitas espécies de aves, que podem ser vistas circulando pelo local.

Frango-d’água-comum no lago das ninfeias.

O Portão Histórico é outro local bastante fotografado. Esse foi o primeiro portão colocado na área do Jardim Botânico. Aqui vale contar um pouco da história do local.

No final do século passado esta era uma vasta região com mata nativa, ocupada por sitiantes e chacareiros. Por ordem do governo, desapropriações na área começaram a ocorrer, com o objetivo de recuperar a floresta, utilizar os recursos hídricos e preservar as nascentes do Riacho do Ipiranga.

Portão Histórico

Em 1917, a região passou a se chamar Parque do Estado. Até 1928 serviu para captação de águas, que abasteciam o bairro do Ipiranga. Neste mesmo ano, o naturalista Frederico Carlos Hoehne foi convidado para ali implantar um Jardim Botânico.

Entretanto, o Jardim Botânico de São Paulo foi oficializado somente dez anos depois, em 1938, juntamente com a criação do Departamento de Botânica. Em 1969, o Parque do Estado, onde o Instituto de Botânica e o Jardim Botânico estão localizados, passou a denominar-se Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.

Seguindo adiante, encontramos a Trilha da Nascente do Riacho do Ipiranga, o lugar que mais gosto do Jardim Botânico! Com 360 metros de extensão, a trilha é feita por uma plataforma elevada que adentra pela mata, construída com madeira de reflorestamento. Ali é possível observar muitas espécies de plantas da Mata Atlântica, pássaros e com sorte, até preguiças e bugios.

No final do percurso chegamos, enfim, à uma das nascentes do córrego Pirarungáua, um dos cursos d’água que forma o histórico Riacho do Ipiranga.

A trilha até então utilizada somente para pesquisas científicas, foi planejada para ser um importante instrumento de educação ambiental e construída de forma a não causar impactos negativos na mata. Todas as árvores foram mantidas e as mudas de espécies vegetais importantes foram identificadas e replantadas. Com a plataforma elevada, o solo e vegetação ficam protegidos do contato do visitante.

O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga guarda o terceiro maior fragmento de Mata Atlântica do Município de São Paulo, um oásis na cidade.

Ali perto da Trilha da Nascente encontra-se o chamado “Castelinho” e algumas mesas de madeira.

O Jardim Botânico tem muitos outros cantinhos a serem descobertos, dá para passar horas e horas por lá, aproveitando a sombra das árvores e um pouquinho de ar puro.

Falando nisso, você sabia que os líquens, aquelas “crostas” encontradas na superfície dos troncos das árvores, são bioindicadores da qualidade do ar? Podemos observar líquens de cores variadas no Jardim Botânico, sendo positivo encontrá-los no meio ambiente.

Líquens vermelhos no tronco da árvore. A presença de líquens indica boa qualidade do ar.

Detalhe do tronco do pau-brasil
Túnel de bambu

Mesmo já tendo feito diversas visitas ao Jardim Botânico de São Paulo, sempre encontramos algo novo aos nossos olhos. Em uma delas, nos deparamos com essa árvore abaixo, que produz frutos semelhantes a uma pinha.

Ela se chama pândano e é originária de Madagascar. Seus frutos são comestíveis após cozidos, porém não possuem sabor agradável.

Pândano, também conhecida como pinhão-de-madagascar.

E você, já conhece o Jardim Botânico de São Paulo?


Localização: o Jardim Botânico está localizado na zona sul de São Paulo, quase ao lado do Zoológico, na rua Av. Miguel Stéfano, 3031, Água Funda.

Horário de funcionamento: terça a domingo (inclusive aos feriados), das 9h às 17h.

Devido à pandemia de Covid-19, a restrição de 50% dos ingressos e medidas de segurança continuam válidas. Os protocolos, como uso de máscaras e distanciamento social, devem ser respeitados.

Acesse o site antes da visita para informações atualizadas!

Fechado: sexta-feira santa, 25 de dezembro e 1º de janeiro.

Ingressos:
Estudantes ………………………………………………… R$ 5,00
Público em geral ……………………………………..…. R$ 10,00

* Crianças até 04 anos, idosos acima de 60 anos e portadores de necessidades especiais são isentos.

Estacionamento:
Carro de passeio …………………………………………  R$ 15,00
Moto e Afins ……………………………………………….  R$ 10,00
Vans, Ônibus e micro-ônibus ……………………….. R$ 45,00

Os pagamentos do ingresso e estacionamento podem ser feitos em dinheiro, cheque ou cartão de débito.

O estacionamento do Jardim Botânico está localizado na rua Etruscos, há placa indicativa.

Atenção às normas do Jardim Botânico

Não é permitido:

  • Entrar com animais, churrasqueiras, bolas, skates, patinetes, pipas, bicicletas
  • Coletar flores, folhas, frutos, insetos ou qualquer outro material
  • Arrancar ou danificar plantas
  • Riscar troncos e caules: as lesões prejudicam a saúde das plantas
  • Alimentar os animais: cada animal tem sua dieta própria e alimentos inadequados causam problemas à saúde deles
  • Fazer barulho excessivo, ruídos incomodam, afugentam e agridem os animais e perturbam os outros visitantes
  • Danificar placas de jardim e equipamentos educativos ou causar qualquer outro prejuízo ao patrimônio público

É permitido:

  • Fazer piqueniques, porém observe a destinação adequada dos resíduos e embalagens. Há lixeiras espalhadas pelo jardim.
  • Fotografar ou filmar sua visita, desde que as imagens não sejam utilizadas para fins comerciais

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