Bodega Bouza: uma linda vinícola no Uruguai

Viagem realizada em julho de 2018.

Acho que a chuva é uma das coisas que mais tememos numa viagem, excetuando aquelas situações sérias e desagradáveis que podem acontecer, é claro! Chuvinha leve não costuma inviabilizar os passeios ao ar livre, mas se for aquele temporal, complica um pouco… rs.

Ao planejar nossos roteiros, costumo dar uma olhadinha em sites meteorológicos para fazer nossos roteiros. É sempre bom ter um Plano B, né? E pela previsão, as chances de chuva em Montevidéu eram altíssimas, principalmente no fim de semana. Tivemos sorte? Sim, escapamos do aguaceiro alguns dias, mas no sábado não teve jeito, São Pedro resolveu lavar o quintal mesmo!

Dia de chuva em Montevidéu.

Como já estava esperando o pé d’água, deixei programada a visita à Bodega Bouza para esse dia. No inverno as parreiras ficam “peladas”, sem folhas, então imaginei que o passeio ao ar livre não seria tão prolongado. De qualquer forma, levamos guarda-chuva… rs.

Antes da viagem entrei no site e fiz a reserva da visita + degustação, a qual é confirmada posteriormente por um e-mail enviado pela empresa. Também optei pelo traslado oferecido pela vinícola, cujo pagamento é feito após o término do passeio.

Marcamos a visita para as 10h30 e no horário informado, às 9h30, a van da empresa passou para nos pegar no hotel. No caminho buscamos mais algumas pessoas, 98% eram brasileiros, os outros eram americanos. O motorista era muito simpático e brincalhão, disse que a chuvarada do dia eram as lágrimas de nós, brasileiros, por ter perdido o jogo das quartas de final da Copa. E a gente “dos uruguaios também, né?”, já que também tinham sido eliminados no mesmo dia… rs.

Após cerca de 30 minutos chegamos na Bodega Bouza. Entramos em um salão para aguardar o início da visita e enquanto isso ficamos vendo a coleção de motos e automóveis antigos da família ali exposta.

Logo a guia se apresentou e partimos para o passeio. A chuva forte tinha dado uma trégua, só caía uns chuviscos. Normalmente, a visita começa no vinhedo, mas devido ao mau tempo, fomos direto para uma linda construção, a qual abriga os enormes tanques de fermentação.

A Bodega Bouza é uma empresa familiar que produz vinhos desde 1998, em pequena escala, mas com altíssima qualidade. Por esse motivo é considerada bodega boutique. Ali são cultivados 5 tipos de uvas: Tannat, Merlot, Tempranillo, Chardonnay e Albariño. A Tannat, de origem francesa, se adaptou muito bem à região, tornando-se a uva mais tradicional do Uruguai.

A guia nos explicou sobre todo o processo de fabricação, o cultivo e cuidados para manter a qualidade das uvas, como é feita a colheita e também sobre o processo de seleção e fermentação.

 

Parreiras “peladas” ao fundo. No inverno elas perdem as folhas, voltando a brotar entre setembro e outubro. Março é o mês da colheita, época em que ocorre o “Festival da Vendimia” em várias vinícolas.

Em seguida, fomos para o subsolo, onde os vinhos permanecem em barris de carvalho para a etapa de envelhecimento. Ali também podemos notar um piso de vidro e, num andar abaixo, um pequeno depósito. Neste local ficam armazenadas algumas garrafas de cada tipo de vinho produzido em diferentes safras, para que eles possam acompanhar a evolução da bebida ao longo dos anos.

Terminada as explicações, seguimos para a etapa de degustação. Eu não tinha reservado o almoço na vinícola e acabei me arrependendo. Cheguei a perguntar se seria possível, mas já não havia mais vaga. Dizem que vale a pena, pois a comida é deliciosa. Bem, ficará para uma próxima oportunidade!

Na degustação são oferecidos 4 tipos de vinhos, servidos um a um pelo garçom que faz uma breve explanação sobre cada vinho. Saborosos aperitivos também são levados para harmonizar. Achamos isso muito bacana.

Após a ótima degustação, fomos à loja da Bodega Bouza para comprar alguns vinhos. Ali também há venda de utensílios relacionados, como saca-rolhas, limpador de decanter, cooler bag etc., além de algumas peças de vestuário.

Após fazer o pagamento de tudo (compras/visita/degustação/transporte) fomos aguardar a van da vinícola para voltar ao hotel. Estávamos sentados nos sofazinhos quando de repente uma gatinha pulou no colo do marido e lá ficou… rs. Depois de um tempo ela passou para mim, uma fofura!

Nós adoramos a visita à Bodega Bouza, tivemos um dia muito agradável com ótima degustação e atendimento. A linda e bem cuidada propriedade complementa o passeio, que deve ser ainda melhor no verão, com seus vinhedos verdinhos e repletos de cachos de uvas.


O Uruguai abriga muitas outras vinícolas, como a novíssima Bodega Garzón, localizada nos arredores de Punta del Este, que impressiona por sua estrutura. É considerada a primeira bodega sustentável fora da América do Norte.

A charmosa e pacata Carmelo, distante a uma hora de carro de Colonial del Sacramento, também tem atraído os olhares dos amantes de vinho. Suas pequenas vinícolas familiares são uma ótima opção para quem procura um passeio mais intimista.

Clique aqui para ver outras vinícolas espalhadas pelo país.


Quando chegamos no hotel, a chuva apertou novamente agora acompanhada por ventos fortíssimos. A programação para o restante da tarde era conhecer melhor o Punta Carretas Shopping, o qual já tínhamos visitado no primeiro dia, mas só para jantar e também fazer mais algumas compras no supermercado Disco Fresh Market.

O Punta Carretas Shopping está localizado no prédio que há alguns anos abrigou a penitenciária de segurança máxima do Uruguai, inaugurada em 1915. Contava com 400 celas no total para presos comuns, políticos e de alto risco.

Sua história foi marcada pela fuga de mais de 100 presos na década de 70, conhecida mundialmente como “fuga do século”. Guerrilheiros tupamaros cavaram um túnel de 45 metros que unia a cela 73 a uma residência localizada em frente ao presídio, em uma ousada operação minimamente planejada. O ex-presidente uruguaio, José Mujica, pertencia ao grupo dos tupamaros e foi um dos presos que escaparam.

Um motim ocorreu cerca de quinze anos mais tarde, a poucos dias da penitenciária ser fechada definitivamente. O prédio ficou sem uso por alguns anos até que foi vendido e, após algumas reformas, inaugurado o Punta Carretas Shopping, em 1994. O arco e a fachada do antigo presídio foram mantidos.

Imagens via Punta Carretas Shopping | Andrea Mazza (CC BY-SA 3.0)

Como era de se esperar de um dia de chuva em pleno sabadão, o shopping estava bem cheio! Nesse período de férias escolares vimos em muitos lugares de Montevidéu, como praças, teatros e museus, algumas atrações voltadas ao público infantil. Lá no shopping também havia brinquedos para entreter a criançada, com uma fila imensa!

Visitamos algumas lojas de decoração que eu adoro e também uma pequena loja de bebidas. Os vinhos lá estavam bem mais caros que no supermercado. Passamos também por uma casa de câmbio:

No Centro e Ciudad Vieja encontram-se valores mais atrativos. 

Não compramos nada, só queríamos conhecer as lojas mesmo. Depois fomos para o supermercado, localizado ali pertinho, atrás do shopping. O Disco Fresh Market de Punta Carretas é bonito e organizado, nós fomos umas três vezes durante nossa estadia.

Como na volta faríamos uma conexão no Rio de Janeiro, tivemos que optar pelos vinhos do supermercado ao invés do duty free do Aeroporto Internacional de Carrasco – que fomos olhar por curiosidade e estavam um pouco mais baratos (e sempre tem promoções do tipo leve 4, pague 3). 

Vinhos no Disco Fresh Market
Vinhos no Disco Fresh Market

Também não poderíamos deixar de trazer doce de leite e alfajores. Durante nossa estadia compramos de algumas marcas e comemos lá mesmo para experimentar e escolher quais traríamos. As marcas que mais gostamos foram:

O “de las Sierras de Minas” (marido gostou mais dos que vêm com cobertura de chocolate e eu da cobertura de merengue) e o alfajor negro da Punta Ballena foram nossos preferidos. Mas são muitas marcas, só experimentamos algumas.

Quanto ao doce de leite, compramos da marca Narbona. Ainda não provamos, mas tinha lido bons comentários. A Conaprole é outra que dizem ser boa.

Outra coisa que queríamos ter trazido e que são bem avaliados são os azeites uruguaios. Infelizmente as malas já estavam quase no limite de peso, então tivemos que deixar para a próxima…

Voltamos para o hotel para deixar as compras e saímos para jantar. Ainda estava aquela chuvarada, então escolhemos o Bardot, um bar restaurante localizado bem em frente ao hotel. No dia que fomos ainda havia 25% de desconto no pagamento com cartão de crédito do Itaú.

Eu pedi um “Thai Wok” e meu marido, um risotto de parmesão com shitake, acompanhados por um vinho uruguaio, claro! 🙂 Os pratos estavam saborosos, mas nada espetacular.

E assim finalizamos nosso sábado chuvoso em Montevidéu! Domingo foi nosso último dia de viagem, confira qual foi nossa programação no próximo post! 🙂

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