Colonia del Sacramento, uma cidade muy hermosa!

Viagem realizada em julho de 2018.

Colonia del Sacramento é aquele tipo de lugar que encanta a maioria de seus visitantes. Eu já tinha visto fotos e lido alguns artigos sobre a cidade e sabia que não sairíamos decepcionados, tanto que decidimos passar uma noite por lá para poder curtir um pouquinho mais e acho que valeu super a pena.

Fomos no inverno e durante a semana, a cidade estava numa tranquilidade deliciosa. Nesta estação do ano, os exuberantes plátanos que ladeiam muitas ruas estavam quase sem folhas, a paisagem muda e ganha “outros ares”.

De Montevidéu à Colonia del Sacramento de ônibus

Nossa jornada pelo Uruguai teve início em Colonia del Sacramento. Chegamos no Aeroporto Internacional de Carrasco por volta das 4h15 da madrugada! Aproveitamos esse horário para já seguir em direção à Colonia. De Montevidéu até essa charmosa cidadezinha são cerca de 3 horas de ônibus. Como não há ônibus do aeroporto até Colonia, fomos de Uber até o Terminal Tres Cruces (cerca de meia hora). Para fazer a chamada utilizamos o Wi-Fi do aeroporto. Pagamos Uber e passagens de ônibus com cartão de crédito.

Compramos o trajeto rodoviário com a empresa COT ($U358+$U13 taxa embarque/pessoa | valores de julho/18), que tem muitas saídas diárias, assim como outras companhias que também realizam o percurso de Montevidéu até Colonia del Sacramento, como a Turil e a Chadre. No site do Terminal Tres Cruces você pode conferir os horários e frequência das três empresas. Compramos somente bilhete de ida, pois ainda não tínhamos decidido que horas voltaríamos no dia seguinte.

Partimos do terminal às 6h da manhã e aproveitamos o tempo para dormir. O ônibus vai parando durante o percurso para pegar outros passageiros. Consta-se que tem Wi-Fi, porém o mesmo não funcionou na ida, somente na volta.

Clique aqui para ver onde nos hospedamos em Colonia del Sacramento.

Caminhando pela cidade

Após organizar nossas coisas na pousada, já saímos para explorar a cidade mais antiga do Uruguai. Fundada em 1680 por Manuel Lobo, foi colônia de Portugal e enfrentou diversos conflitos ao longo de sua história, já que também era cobiçada pela Coroa Espanhola.

Muitos anos se passaram com a cidade dominada ora por portugueses, ora por espanhóis, até que em 1825 cessaram-se as disputas. Foi proclamada a Independência de Colonia del Sacramento, a qual torna-se parte do Uruguai. É considerada “Patrimônio da Humanidade” pela UNESCO desde 1995.

Por suas charmosas calles com calçamento de pedras, casas coloniais, museus e edifícios conservados, nos perdemos dentre tantos detalhes que nos contam mais sobre seu passado. É possível conhecer tudo a pé e acho que essa é a graça do lugar, poder andar sem rumo pela cidade, parando para admirar as surpresas pelo caminho. Porém, se desejar, algumas locadoras como a Thrifty alugam carrinhos tipo de golf para se deslocar mais rapidamente.

Começamos o passeio pela antiga entrada da cidade, a Puerta de la Ciudadela ou Portón de Campo, construída em 1745 com uma ponte sobre o fosso em frente e espessos muros ao redor, feitos de pedra, para proteger Colonia del Sacramento. À noite, esse monumento histórico ganha uma linda iluminação.

Ali pertinho está localizada a Calle de los Suspiros, uma das ruas mais famosas da cidade. Alguns dizem que ela recebeu esse nome, pois era o último setor percorrido pelos escravos antes de serem executados, sendo possível ouvir seus últimos suspiros enquanto caminhavam. Outros afirmam que os suspiros vinham de casais que ali se encontravam à noite para namorar…

Nesta rua ladeada por antiquíssimas casas de adobe, podemos observar o calçamento original pé-de-moleque, com canaleta no centro.

Vimos o Farol de Colonia del Sacramento ao fundo e seguimos em sua direção. Banhada pelo Rio de la Plata, um estuário com 290 quilômetros de extensão, a cidade recebia muitas embarcações, a maioria à noite e devido aos numerosos naufrágios, o farol foi construído.

Sua base quadrada com parte superior cilíndrica o torna único no Uruguai. Do topo temos belas vistas da cidade ($U25/pessoa – julho/18). Por razões de segurança, crianças com menos de 8 não podem subir. Ao lado do farol vemos as ruínas do Convento de São Francisco Xavier, que data do século XVII.

São 118 degraus até lá em cima, com escada bem apertadinha, mas vale a pena a subida! Em dias de céu aberto é possível avistar até Buenos Aires. Olha eu aí embaixo… ou lá em cima… rs.

Subindo a rua do farol chegamos na Plaza Mayor e aproveitamos para passar no Museo Municipal e comprar o ingresso para visitar os museus da cidade. Com uma entrada de $U50/pessoa (julho/18) é possível conhecer todos, porém há um sistema de revezamento, enquanto uns abrem outros fecham em determinados dias da semana. Eles te entregam um mapinha com a localização dos 7 museus (um deles estava fechado para reforma) e informam quais estarão funcionando no dia que você estiver lá. As visitas costumam ser rápidas, já que não são grandes. Abrem das 11h15 às 16h45. Para saber mais sobre os museus, clique aqui.

O passeio à beira-rio também é muito gostoso, em alguns trechos há bancos que nos convidam a uma parada para descanso após o almoço ou mesmo para curtir o pôr do sol. A paisagem é linda…

Existem vários restaurantes espalhados pelo centro histórico, mas como queríamos comprar um chip pré-pago para o celular e trocar dinheiro, seguimos para a Av. General Flores, avenida principal, e acabamos almoçando por lá.

Na Av. General Flores, a cotação no Cambio Aspen estava 1 real = 7,30 pesos uruguaios (julho/18), bem melhor que na casa de câmbio Varlix que vimos na Plaza Mayor (1 real = 6,20 pesos uruguaios). Trocamos pouco, pois sabíamos que em Montevidéu conseguiríamos valores mais atraentes. Tinha lido que no terminal rodoviário de Colonia há o Cambio Nelson com boas cotações, porém esqueci de conferir quando chegamos.

Nós achamos uma loja da operadora Antel (General Flores, 446) e compramos o chip de 1 GB válido por uma semana, com possibilidade de fazer recarga se necessário. Custou $U150 (julho/18) e a loja só aceitava pagamento em dinheiro. A atendente fez um cadastro, sendo necessário apresentar RG ou passaporte, e ela mesma configurou o chip para nós. Clique aqui para ver outros planos pré-pagos para turistas e preços.

Para nosso primeiro almoço no país, queríamos experimentar os famosos churrascos, chamados asados, então escolhemos uma parrilla (churrascaria), o El Porton. No Uruguai, os cortes são colocados em uma grelha sobre brasas de lenha, não utilizam carvão.

Marido pediu lomo (filé mignon) com molho de champignons e eu fui de Baby Beef. Os acompanhamentos foram batata rústica e batata noisette e duas taças de vinho Tannat, uva originária do sul da França que se adaptou muito bem no Uruguai.

Nós gostamos muito dos pratos, as carnes estavam deliciosas! Para saber os nomes dos cortes uruguaios e seus equivalentes brasileiros, assim como denominação dos pontos das carnes e outras curiosidades, clique aqui.

Leia aqui mais informações sobre os restaurantes do Uruguai, como cobrança de cubierto, taxa de serviço dos garçons, entre outros.

Li que no Uruguai os assadores (churrasqueiros) são muito respeitados e que em churrascos com a família e amigos é comum aplaudirem o assador quando as carnes estiverem prontas para serem servidas. Por isso, em muitas lojinhas de artesanato podemos ver plaquinhas com a frase “um aplauso para el asador”. 🙂

Depois do almoço voltamos a caminhar sem rumo pelas ruas. Chegamos na Plaza de Armas e aproveitamos para conhecer a Basílica del Santísimo Sacramento, considerada a igreja mais antiga do país, embora tenha sido reconstruída várias vezes devido aos diversos conflitos ocorridos na região. A atual basílica data de 1810 e é uma valiosa mostra da arquitetura portuguesa da época. Seu interior é bem simples, assim como sua fachada. À noite a igreja fica lindamente iluminada!

Pensa numa cidadezinha fotogênica com lindezas por toda parte…

Como o céu começou a ficar nublado e percebemos que infelizmente não veríamos o pôr do sol, voltamos à pousada e descansamos um pouco. O cansaço bateu, afinal, só tínhamos dormido um pouco no avião e no ônibus.

Saímos novamente à noite e nos deparamos com Colonia del Sacramento ainda mais tranquila, já que grande parte dos turistas faz bate e volta, retornando à Montevidéu ou a Buenos Aires no final da tarde. Sim, também é possível visitar a cidade a partir da capital argentina ou vice-versa, veja mais detalhes aqui.

Voltamos à Av. General Flores e decidimos entrar em um restaurante que não tinha nome na fachada, mas chama-se Punta Piedra. Vendo agora as avaliações na internet, me assustei, parece ser 8 ou 80. Não sei se foi sorte, mas tivemos uma ótima experiência lá, tanto com o jantar, como atendimento. Pedimos massa, as quais estavam deliciosas! Também pedimos uma garrafa pequena de vinho, o total ficou em $U1.391,89 (com a taxa de serviço de 10% e desconto por pagamento com cartão de crédito).

Após o jantar, passamos num mercadinho presente na avenida para comprar água e alfajores e fomos conferir a iluminação especial da Basílica del Santísimo Sacramento e da Puerta de la Ciudadela. As arandelas acesas e aquele clima de cidadezinha pacata de interior traziam uma sensação gostosa ao nosso passeio noturno.

Tínhamos deixado em aberto o horário de volta para Montevidéu no dia seguinte. Como conseguimos aproveitar bem a cidade, decidimos pegar o ônibus das 11h. Após o café da manhã, ainda caminhamos um pouco pelo centro histórico, fotografamos e escolhemos mais algumas lembrancinhas.

Compramos as passagens cerca de meia hora antes do horário de saída do ônibus, nessa época é bem sossegado. Optamos pela mesma empresa que utilizamos na ida, a COT ($U358+$U17 taxa embarque/pessoa | valores de julho/18).

Ah, no terminal há depósito de bagagem, caso seja necessário.

A viagem até Montevidéu foi bem tranquila. Desembarcamos novamente no Terminal Tres Cruces e de lá pegamos um Uber até nosso hotel, onde nos hospedamos até o final da viagem.

Não deixe de conferir as dicas de Montevidéu! 🙂